Thursday, April 8, 2010

Por que apoiamos Dilma Presidente

A integração imperfeita da economia brasileira, consequência das disparidades regionais e sociais, é o grande obstáculo para o desenvolvimento econômico integral do país. O mérito do governo do Presidente Lula foi ter reconhecido esse fato e de ter implementado políticas públicas que promoveram a inclusão de mais brasileiros na sociedade de consumo, o que se traduz na expansão do mercado interno e que tem sido estratégico para a competitividade do país na economia mundial. Nessa perspectiva histórica, a escolha de Dilma Rousseff torna-se essencial para garantir que seja dado seguimento a esse processo que vem transformando o Brasil.


O Brasil percorreu um longo caminho desde o fim do regime autoritário, em meados dos anos 1980. A abertura política da década de 1980 possibilitou o desencadeamento do processo de redemocratização. Tratou-se de um arranjo de elite e seguiu o plano delineado pelo moribundo regime militar: “lento, gradual e seguro”. Nas duas décadas seguintes, o Brasil vivenciou a inclusão contínua de novos setores sociais no processo político. Um fato que ilustra esse ponto de forma bastante eloquente é a extensão do direito ao voto aos analfabetos, pela primeira vez na nossa história (isso num país onde, de acordo com a Unesco em 1991, 20% daqueles com mais de 15 anos eram analfabetos). A sociedade civil organizou-se em novos e variados partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais, associações patronais e organizações não-governamentais, e passaram a expressar-se por meio das novas instituições democráticas. Tudo isso culminou na Constituição de 1988, conhecida como a “Constituição Cidadã”, que foi aprovada após passar por um processo que contou com a participação de diversos grupos da sociedade civil. Aí é que foram lançadas as bases, por exemplo, para o Sistema Único de Saúde (SUS), considerado modelo de sistema público de saúde para outras economias em vias de desenvolvimento.


O processo de redemocratização, iniciado nos anos 1980, foi aprofundado com a abertura e estabilização econômica dos anos 1990. Depois de uma década de trabalho para garantir a consolidação da democracia, a sociedade brasileira pôde enfim dedicar-se a combater outra herança autocrática: a instabilidade econômica. A inflação, que até princípios dos anos 1990 chegou a 4% por dia, por fim foi estabilizada em torno de 4% ao ano, hoje.


Com a participação política consolidade e a economia estável, a democracia brasileira atingiu seu auge nos anos 2000 com o princípio de um processo de redistribuição da riqueza nacional. Esse fenômeno se deu tanto socialmente quanto regionalmente. A região Nordeste, historicamente deixada para trás em ciclos de crescimento econômico anteriores e exportadora populacional para o Sul e Sudeste, mais prósperos, passou a crescer acima da média nacional pela primeira vez desde a Independência. Um fenômeno correspondente ocorreu com os setores mais baixos da sociedade. Os níveis chineses do crescimento econômico de regiões e grupos sociais historicamente marginalizados de ciclos de expansão anteriores foram consequência direta de políticas públicas que foram adotadas nos últimos sete anos. Políticas como a valorização do salário mínimo, o Programa Bolsa Família, a expansão do crédito para o setor popular, o programa de apoio à agricultura familar (Pronaf), entre tantos outros, combinaram-se para propiciar a inclusão de mais brasileiros na sociedade de consumo. Resumindo, o aumento do mercado consumidor interno garantiu a integração das regiões periféricas e setores sociais mais pobres do país.


No ano passado, pela primeira vez na história do país, as classes mais baixas da sociedade consumiram mais, em termos agregados, do que as classes mais abastadas. Nos últimos anos, cerca de 30 milhões de brasileiros subiram a escada social e juntaram-se à nova classe-média-baixa; outros 20 milhões deixaram a pobreza absoluta. Políticas públicas efetivas deram início ao processo de social-democratização por que o Brasil está passado hoje. E foi esse processo que permitiu ao Brasil ser um dos últimos países a entrar na recessão global e um dos primeiros a sair dela.


As lições que podem ser tiradas do caso do Brasil são que o empoderamento e a incorporação do setor popular é bom para o fortalecimento econômico e para a estabilização política, os quais se reforçam um ao outro alimentando um ciclo positivo. Isso só é possível graças ao regime democrático. Liberalização política e econômica foi fundamental para o crescimento recente do Brasil. Mas outra lição importante é que o Estado tem um papel essencial a cumprir, equilibrando e corrigindo as contradições inerentes à abertura política e econômica. O desafio para o modelo brasileiro é dar seguimento ao crescimento por meio de maior incorporação de brasileiros em ambos os processos político (tendo mais espaço de participação no processo de elaboração e execução de políticas públicas) e econômico (tendo maior poder aquisitivo).


É por isso que apoio Dilma Rousseff para presidente, porque vejo nela a possibilidade de aprofundamento desse projeto que teve início em 2003 e que, apesar de ter sido muito bem sucedido, precisa aprofundar-se ainda mais.


Friday, March 5, 2010

Jampa no Twitter

Jampa agora está tuitando. Acompanhem e sigam o twitter de Jampa.

www.twitter.com/jampa2010

Já foi até retuitado por João Paulo.

Thursday, February 25, 2010

ENTREVISTA DE JAMPA NA RADIO FOLHA

Jampa foi entrevistado nessa quinta-feira na Rádio Folha. Vejam os pontos principais da entrevista.

Pré-candidatura - Meu nome está posto para avaliação do Partido dos Trabalhadores. Sou um soldado disciplinado do PT, e receberei de bom grado a missão que o Partido achar mais apropriada para mim. Sinto-me muito honrado em fazer parte de um projeto coletivo, encabeçado pelo presidente de Lula, de combate às desigualdades sociais mais arraigadas desse país e a promoção de uma sociedade mais justa. O que eu puder fazer, dentro de meus limites, para ajudar nesse projeto, farei com grande senso de responsabilidade. Por isso, o meu nome está posto.

Relação entre João Paulo e João da Costa - Certamente a relação entre eles mudou. Não são tão próximos quanto antes, quando eram interlocutures mais frequentes, formando um núcleo duro. Isso criou um desconforto na relação, mas em nenhum momento foi criado uma relação de antagonismo entre eles. Todos nós apoiamos a prefeitura do PT, que continua o trabalho de João Paulo, com intuito de melhorar a vida dos recifenses.

Disputa entre João Paulo e Humberto para o Senado - Muitos dirão que apoio João Paulo simplesmente por ser meu pai. Meu apoio a candidatura de João Paulo se dá, no entanto, por razões inteiramente políticas. Devemos politizar a discussão sobre a definição do nome para concorrer a vaga no Senado, evitando a "fulanização" desse debate. Reconheço que tanto Mauricio Rands como Humberto Costa são grandes nomes do Partido. Mas política não é algo estático,como se fosse uma simples apreciação de nomes. Política é algo muito dinâmico. É preciso estabelecer estratégias pensando no que o adversário está fazendo. É necessário fazer uma leitura da correlação de forças políticas no estado para imprimir a melhor estratégia de vitória. A oposição vem com força máxima: provavelmente terá Jarbas, Marco Maciel e Sergio Guerra. Ainda que o quadro, nas pesquisas, esteja favorável às forças de esquerdas de Pernambuco, não podemos vacilar. Quem vacila, corre muitos riscos. Devemos ir para o embate eleitoral com força máxima também. E força máxima, no nosso caso, quer dizer colocar o nome de João Paulo, a maior liderança popular da região metropolitana, na disputa pelo Senado Federal, ajudando o governador Eduardo Campos a consolidar o "front" metropolitano. Apoio a candidatura de João Paulo ao Senado por razões estratégicas, diante do quadro político que está se criando para a eleição de 2010. A meu ver, o Partido deve partir dessa discussão para definir o nosso candidato ao Senado. Devemos escolher o nome que mais agregue politica e eleitoralmente à aliança encabeçada pelo governador Eduardo Campos.

Atuação na Assembleia - Devido à lei que proíbe os Poderes Legislativos municipais e estaduais de criarem projetos de lei que tenham impacto financeiro, 80% dos projetos criados na Alepe são homenagens. Quero discutir, como alguém que quer entrar na Alepe, o protagonismo de nosso Poder Legislativo. Acho que, com mais criatividade, podemos fazer muito mais. É preciso, como diriam os revolucionários de 1968, levar a imaginação ao poder. Minha candidatura é essencialmente sobre isso.




Wednesday, February 17, 2010

Diante das crises internas, é importante lembrar: a grande obra é cuidar das pessoas

A disputa fratricida dentro do Partido dos Trabalhadores tem chamado atenção de todos os observadores da política pernambucana. Como toda disputa fratricida, esta também é caracterizada pelo excesso de paixões, ressentimentos e irracionalidades. Qualquer pessoa que analise esse conflito interno, facilmente chegará à conclusão que a briga só enfraquece o Partido, num momento em que ele devia estar unido e pronto para a batalha eleitoral.

Quando a políticos entram em rota de colisão e iniciam um perigoso processo de autofagia, torna-se urgente questionar qual é o sentido da política: Afinal, por que estamos fazendo ou queremos fazer política? Esse blogue é escrito por jovens que não são políticos profissionais, e talvez peque pelo excesso de ingenuidade,mas exatamente porque temos a energia e o entusiasmo dos iniciantes, vemos na política o meio para efetivamente colocar ideias em pratica e, desse modo, mudar a sociedade. A política só faz sentido quando é meio para mudanças. Torna-se improdutiva quando se transforma num fim em si mesmo, cheia de jogos de vaidades, futricas e disputas estéreis

Esse mesmo Partido que agora dissipa sua energia numa contenda fratricida e autofágica, provou que, quando unido, é capaz de praticar política no seu mais alto nível, promovendo mudanças sociais significativas. Desde 2001, o PT comanda a prefeitura do Recife, dando atenção a setores até então negligenciados pelo poder público, resolvendo questões há muito tempo pendentes, como era o caso das kombis, das encostas dos morros e de Brasília Teimosa. Vidas foram mudadas e melhoradas, dignidades e esperanças foram restauradas. Através do Orçamento Participativo, comunidades inteiras tomaram as rédeas de seus próprios destinos e descobriram que a democracia é uma prática diária. Dilson Peixoto, Mauricio Rands e Humberto Costa participaram desse processo, como secretários municipais, desempenhando papéis importantes na implementação dessas mudanças. Foram liderados pelo prefeito João Paulo. Liderança essa que foi sacramentada pela decisão soberana do povo recifense, sem jamais deter qualquer traço de artificialidade. Uma liderança forjada no fragor das ruas, longe das salas refrigeradas das burocracias partidárias.

Esse é o sentido da política. Esse é o sentido do projeto do Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação. Projeto este que hoje está sendo desenvolvido a todo vapor sob a liderança de Lula, no âmbito federal. As desigualdades sociais têm diminuído e o povo tem sido cada vez mais empoderado nos últimos 8 anos de governo. Num projeto coletivo complexo, empunhado pelo Partido dos Trabalhadores, é imperativo saber como cada ator político pode e deve dar sua contribuição. Para eleição ao Senado que se avizinha, é necessário entender qual é o contexto político e as correlações de força envolvidas na disputa eleitoral para elaborar a estratégia com maior probalidade de sucesso. Num contexto em que (1) o PT definiu como uma das prioridades nessas eleições, a formação uma forte bancada no Senado, (2) e no qual o senador Jarbas Vasconcelos, líder com grande respaldo na região metropolitana, é o mais provável opositor do governador Eduardo Campos, quem seria o candidato mais apropriado para disputar o Senado Federal? Quem combinaria o maior potencial de eleger-se para o Senado com a missão de reforçar o front do governo Eduardo Campos na região metropolitana? Se todos somos soldados no grande projeto do Partido dos Trabalhadores para diminuir as desigualdades sociais e promover mudanças emancipadoras no Brasil, há certamente alguns soldados mais qualificados que outros para determinadas missões.

Parece claro, para esse blogue, que a candidatura de João Paulo ao Senado é aquele que melhor atende aos interesses estratégicos tanto do projeto nacional quanto regional. É baseado nesses interesses maiores que o Partido dos Trabalhadores deveria tomar orientar suas ações.

Sunday, January 17, 2010

JAMPA 2010 - Matéria do Diário de Pernambuco coloca Jampa entre os "puxadores de voto" da próxima eleição

Trecho de matéria do Diário de Pernambuco


Haja puxador de voto

Partidos investem em nomes de peso para reforçar suas chapas na disputa por cadeiras da Assembleia Legislativa. Na lista, estão novatos e veteranos que querem retornar à Casa

Oficialmente, os pré-candidatos e seus respectivos partidos começam a montar estratégias de campanha para a eleição de outubro somente após o carnaval. Mas nos bastidores, já é intensa a movimentação dos "estreantes" na política. As legendas estão fazendo suas apostas em novos nomes, mas sem descuidar de "afagar" os ex-parlamentares que planejam retornar à Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Da parte dos veteranos, nomes como o ex-deputado Betinho Gomes (PSDB), o presidente do Poder Legislativo, deputado Guilherme Uchoa (PDT) e o ex-prefeito de Belo Jardim João Mendonça (DEM) estão sendo cotados como puxadores de votos de suas respectivas legendas. Já no lado dos estreantes na política, o filho do ex-prefeito do Recife João Paulo, o empresário João Paulo Filho, conhecido como Jampa, é uma das promessas dos petistas.


****


Comento: Que Jampa já esteja sendo apontada como "puxador de votos" é, sem dúvida, um grande sinal de força da candidatura e de sua grande chance de sucesso.


Como já fizemos em 2009, usaremos esse blogue, ainda mais, como um espaço para pensar os problemas e dilemas do nosso estado. Queremos construir uma candidatura que não se perca nas fórmulas vazias dos clichês políticos. Que seja um fato novo na política, não só estampado na juventude do candidato, mas nas ideias e na maneira de ver política. É preciso renovar a política pernambucana substantivamente, e não apenas no detalhe da faixa etária.


Feliz 2010 para os nossos leitores!