Wednesday, February 17, 2010

Diante das crises internas, é importante lembrar: a grande obra é cuidar das pessoas

A disputa fratricida dentro do Partido dos Trabalhadores tem chamado atenção de todos os observadores da política pernambucana. Como toda disputa fratricida, esta também é caracterizada pelo excesso de paixões, ressentimentos e irracionalidades. Qualquer pessoa que analise esse conflito interno, facilmente chegará à conclusão que a briga só enfraquece o Partido, num momento em que ele devia estar unido e pronto para a batalha eleitoral.

Quando a políticos entram em rota de colisão e iniciam um perigoso processo de autofagia, torna-se urgente questionar qual é o sentido da política: Afinal, por que estamos fazendo ou queremos fazer política? Esse blogue é escrito por jovens que não são políticos profissionais, e talvez peque pelo excesso de ingenuidade,mas exatamente porque temos a energia e o entusiasmo dos iniciantes, vemos na política o meio para efetivamente colocar ideias em pratica e, desse modo, mudar a sociedade. A política só faz sentido quando é meio para mudanças. Torna-se improdutiva quando se transforma num fim em si mesmo, cheia de jogos de vaidades, futricas e disputas estéreis

Esse mesmo Partido que agora dissipa sua energia numa contenda fratricida e autofágica, provou que, quando unido, é capaz de praticar política no seu mais alto nível, promovendo mudanças sociais significativas. Desde 2001, o PT comanda a prefeitura do Recife, dando atenção a setores até então negligenciados pelo poder público, resolvendo questões há muito tempo pendentes, como era o caso das kombis, das encostas dos morros e de Brasília Teimosa. Vidas foram mudadas e melhoradas, dignidades e esperanças foram restauradas. Através do Orçamento Participativo, comunidades inteiras tomaram as rédeas de seus próprios destinos e descobriram que a democracia é uma prática diária. Dilson Peixoto, Mauricio Rands e Humberto Costa participaram desse processo, como secretários municipais, desempenhando papéis importantes na implementação dessas mudanças. Foram liderados pelo prefeito João Paulo. Liderança essa que foi sacramentada pela decisão soberana do povo recifense, sem jamais deter qualquer traço de artificialidade. Uma liderança forjada no fragor das ruas, longe das salas refrigeradas das burocracias partidárias.

Esse é o sentido da política. Esse é o sentido do projeto do Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação. Projeto este que hoje está sendo desenvolvido a todo vapor sob a liderança de Lula, no âmbito federal. As desigualdades sociais têm diminuído e o povo tem sido cada vez mais empoderado nos últimos 8 anos de governo. Num projeto coletivo complexo, empunhado pelo Partido dos Trabalhadores, é imperativo saber como cada ator político pode e deve dar sua contribuição. Para eleição ao Senado que se avizinha, é necessário entender qual é o contexto político e as correlações de força envolvidas na disputa eleitoral para elaborar a estratégia com maior probalidade de sucesso. Num contexto em que (1) o PT definiu como uma das prioridades nessas eleições, a formação uma forte bancada no Senado, (2) e no qual o senador Jarbas Vasconcelos, líder com grande respaldo na região metropolitana, é o mais provável opositor do governador Eduardo Campos, quem seria o candidato mais apropriado para disputar o Senado Federal? Quem combinaria o maior potencial de eleger-se para o Senado com a missão de reforçar o front do governo Eduardo Campos na região metropolitana? Se todos somos soldados no grande projeto do Partido dos Trabalhadores para diminuir as desigualdades sociais e promover mudanças emancipadoras no Brasil, há certamente alguns soldados mais qualificados que outros para determinadas missões.

Parece claro, para esse blogue, que a candidatura de João Paulo ao Senado é aquele que melhor atende aos interesses estratégicos tanto do projeto nacional quanto regional. É baseado nesses interesses maiores que o Partido dos Trabalhadores deveria tomar orientar suas ações.

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