Um blogue escrito por amigos de Jampa para discutir sua candidatura à Assembleia Legislativa de Pernambuco em 2010.
Saturday, November 28, 2009
INTELECTUAL DE ESQUERDA NA POLÍTICA E NO PODER - DIALÉTICAS
Ao ler duas reportagens na imprensa, aparentemente bastante desconexas uma da outra, lembrei-me da candidatura de Jampa. Vamos às reportagens:
A primeira foi uma reportagem na Folha de S. Paulo sobre o aniversário do Centro Brasileiro de Planejamento (Cebrap), centro este que abrigou a nata da intelectualidade petista e tucana nos anos da ditadura. Um dos pesquisadores do Cebrap, o crítico literário Roberto Schwarz, acredita que a proximidade do intelectual de esquerda com o poder pode ser perigosa. Indo na contramão das análises ufanistas sobre o Brasil, Schwarz afirma: "O que me parece errado é adotar uma visão rósea do curso geral do capitalismo porque o Brasil está com o vento a favor ou porque temos amigos no governo".
A segunda reportagem foi sobre o ranking de violência e vulnerabilidade juvenil montado pelo Ministério da Justiça. A Região Metropolitana do Recife aparece na 6a e 7a posição com Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes. São cidades onde a probabilidade do jovem ser vítima de violência é maior, comparada a outros lugares do Brasil.
O que as duas reportagens têm a ver uma com a outra? Bem, a segunda nos mostra que a violência na RMR é ainda absolutamente inaceitável, apesar de alguns tímidos avanços em algumas estatísticas. A frase de Schwarz, na primeira reportagem, de certo modo alerta para que não caiamos na auto-complacência por estarmos vivendo num período de prosperidade econômica. O intelectual de esquerda não pode, em momento algum, flertar com essa satisfação oficialista e as versões chapa-branca da realidade. Seu ofício é sempre desconfiar dos ufanismos. Ainda que tenha havido avanços, o simples reconhecimento desses avanços não pode aplacar nosso inconformismo diante de uma realidade sob vários aspectos tão abjeta e que exige ainda tanto trabalho e crítica.
Reconheço que a lógica do político é diferente. Se eleito deputado estadual, Jampa fará parte de um projeto maior, com articulações federais e estaduais, e não sei até que ponto achará uma posição confortável para criticar e se inconformar com a realidade existente num contexto em que ele estará, muito provavelmente, do lado do governo tanto no plano federal como estadual.
Não sou político e não prentendo ser um. Apenas gostaria de provocar o meu amigo Jampa. Espero que o intelectual de esquerda que conheci, o sociólogo preocupado com as lógicas de reprodução da desigualdade em nossa sociedade, continue ativo, caso chegue ao poder. Espero que seu desejo de transformação e sua inquietação diante de uma realidade inaceitável seja o começo da escalada da imaginação ao poder.
Cesar Melo
Cesar Melo estudou ciências sociais na UFPE, onde foi colega de turma de Jampa. Fez doutorado na Universidade da California e hoje é professor de literatura na Universidade de Chicago.
Este blogue tem o objetivo de propor a discussão da candidatura de Jampa à Assembléia Legislativa de Pernambuco em 2010. Para que isso seja feito, é necessário esclarecer quem somos, e porque achamos que Jampa é uma candidatura não só viável como desejável para as eleições de 2010.
QUEM SOMOS NÓS?
Esse blogue é escrito por amigos de Jampa e de sua candidatura. Tivemos a oportunidade de conhecer Jampa em diferentes contextos: seja na vizinhança onde ele morou, na escola onde estudou, na faculdade onde se formou e em diferentes contatos pela cidade do Recife.
QUEM É JAMPA?
João Paulo Lima e Silva Filho, conhecido por todos como Jampa, nasceu no Recife e passou boa parte da infância na UR-6. Estudou no Colégio Marista da Boa Vista e formou-se em sociologia na Universidade de Nancy na França. Atualmente está terminando seu doutorado em sociologia na Universidade Federal de Pernambuco. É filho do líder popular mais expressivo de Pernambuco, o ex-prefeito João Paulo.
POR QUE JAMPA?
Crescido entre o Ibura e os colégios de classe média do Recife, Jampa sempre teve consciência do privilégio de ter vivido uma realidade diferente de seus amigos de infância. Muitos deles morreram vítimas da violência que assola nossa cidade, sobretudo suas regiões mais pobres. Não seria exagero afirmar que a vida de Jampa tem se valido do constante esforço de usar o privilégio - da educação, por exemplo - a serviço de uma visão de mundo na qual o privilégio de poucos ceda espaço ao direito garantido de todos. Foi levando essa visão de mundo em consideração que entrou no curso de ciências sociais da UFPE em 1998, graduou-se em sociologia e fez seu mestrado na França. Desse modo, pôde refinar sua visão crítica da sociedade, credenciando-se para hoje entrar na cena política pernambucana.
Além das credenciais intelectuais, Jampa tem méritos que não foram adquiridos nos bancos universitários, mas na sua peculiar trajetória de vida. Exatamente por ter sido criado nessa zona fronteiriça entre a classe média e a pobreza, Jampa é capaz de sentir empatia por diferentes grupos sociais, o que o habilita a ser um mediador nato.
O preparo intelectual e sua empatia em relação aos jovens mais necessitados fazem de Jampa um político com potencial único em Pernambuco. Ao unir vivência de classes tão díspares, e sintetizar qualidades geralmente atribuídas a pessoas de diferentes segmentos sociais, Jampa representa algo novo na política pernambucana.
Esse blogue pretende discutir essa novidade e convidar o povo pernambucano a também analisá-la.
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