Pierre Lucena,
Acredito que o primeiro passo de qualquer análise bem feita é tratar os fatos e as pessoas com seriedade e respeito. Apenas aqueles que não se sobressaem por suas ideias, recorrem a expedientes desnecessariamente vulgares, como esse procedimento de não chamar Jampa pelo nome dele. Chamar Jampa de “JPLS Junior” seria como chamar Pierre Lucena de “estafeta de Raul Henry”. Enfim, nada contribui para o debate de ideias, não acha? Chame as pessoas pelo nome delas. Será um primeiro gesto – de tantos outros – para você se tornar um analista sério.
Você chama Jampa de político sem voto (como se uma pessoa que se lança à vida política pela primeira vez tivesse que ter voto), enfatiza que o mesmo nunca fez política de verdade (como se uma pessoa que deseja entrar na atividade política devesse ter experiência anterior). Enfim, suas objeções são tão substantivas quanto a de alguém que critica um aluno prestes a fazer vestibular de não poder entrar na universidade por não ter feito prova de vestibular e não ter experiência universitária. Talvez seja a sofisticação da “cabeça de financista”, como você mesmo atribuiu sua incapacidade de entender uma mensagem simples de Jampa: ele tem uma trajetória de vida peculiar por ter vivido em classes sociais apartadas.
Enfim, o próprio político com quem você tem grandes afinidades, Raul Henry, embora não seja “filho”de Jarbas, aproveitou-se da mesma estrutura do “filhotismo”da política pernambucana, sendo guindado a postos estratégicos da administração, e dessa maneira, ocupou espaços na política. E, olhe lá, não se pode comparar o preparo intelectual de Jampa, com Raul Henry.
O que eu posso lhe dizer, Pierre Lucena, é que, queira você ou não, você ouvirá bastante o nome de Jampa nos próximos anos da política. Ele tem densidade, personalidade e, veja só, ideias próprias. E vai fazer toda a diferença quando entrar no cenário político pernambucano.