Wednesday, November 11, 2009

Ocupando o vácuo político

Recentemente estive conversando com um amigo jornalista, que me expôs algumas preocupações que, acredito, reflitam o que pensa uma grande parcela dos jovens pernambucanas das classes médias.


Antes de tudo, vale deixar clara a importância do Poder Legislativo. É lá onde se travam os conflitos sociais de forma institucionalizada. As demandas dos diferentes setores sociais ali se encontram representadas por meio dos deputados, que expressam visões de mundo e lutam por interesses que, idealmente, refletem aqueles grupos que representam. A ideia da candidatura de Jampa surge justamente porque nós identificamos que há um vácuo de representatividade. Há setores significativos do eleitorado pernambucano que não se sentem contemplados na Assembléia Legislativa, principalmente entre as gerações mais novas. Nosso objetivo é preencher esse espaço político vazio. Como explicou o próprio Jampa, em recente entrevista à Folha de Pernambuco (leia aqui): “O que dá para se construir é que é possível responder a uma demanda estrutural... Meu papel político é ocupar um espaço para o qual existe demanda, mas não há quadro que represente”. Políticas de esportes, incentivo à cultura, ocupação do espaço urbano, educação, meio ambiente... são todas questões que afetam o dia-a-dia dos pernambucanos e cuja solução passa inexoravelmente pelo Legislativo. É importante termos lá alguém com quem nos identifiquemos.


Diante disso, esse meu amigo me respondeu que talvez Jampa pudesse contribuir melhor para a transformação da sociedade de maneira independente, fora de mecanismos partidários-governamentais. De fato, existem várias maneiras de contribuir e elas são complementares. Acontece que Jampa reúne qualidades e condições que o credenciam a postular o cargo de parlamentar estadual. Ele tem chances concretas de estar lá, no fórum onde as leis são decididas e os embates, travados. Uma vez na Assembleia, Jampa poderá dar voz a esses outros mecanismos não-partidários-governamentais, canalizando institucionalmente suas demandas e inserindo-os no processo legislativo.


Em seguida, meu amigo perguntou por que não fundar um novo partido político. Seria inócuo fundar novo partido. O PT cumpre muito bem (às vezes mais, às vezes menos bem!) a função de canalizar demandas de setores populares e progressistas. Repare que os melhores ministérios do Governo Lula são aqueles ocupados pelo PT (Educação, Cultura, Justiça, Desenvolvimento Social, Fazenda...). É muito mais producente e consequente se envolver e tentar aperfeiçoá-lo de dentro do que começar do zero. Boa parte dos problemas do PT, aliás, deriva do nosso sistema partidário, que tem incentivos negativos que geram maus comportamentos (disputa intra-coligação, personalização, financiamento privado de campanha, etc.). Enquanto não houver reforma política, incentivos negativos gerarão comportamentos negativos. Apesar de todos os problemas – e boa parte deles são sistêmicos e não intrínsecos ao partido –, o PT ainda é o único partido de fato no Brasil, ainda é o único que tem algum tipo de vida partidária, é o mais democrático e o mais orgânico, com fortes ligações com os movimentos sociais. O próprio presidente Lula falou disso em entrevista recente à Folha de São Paulo (leia aqui). Por fim, Jampa morou na França e sabe muito bem os efeitos deletérios da fragmentação das Esquerdas, fenômeno que ocorre lá.


Dentro desse contexto, o diferencial do nosso projeto em torno de Jampa será no campo das ideias. Ao dar vazão a esses setores sociais que hoje não se encontram representados, sobretudo os mais jovens, estaremos levando à arena política pernambucana novas ideias e visões em sintonia com as demandas e interesses desses grupos. O vácuo está aí, nossa meta é ocupá-lo e Jampa é o instrumento.

1 comment:

Anonymous said...

Impressionante o português deste rapaz.Como escreve mal.È arrogante e senhor de si.Precisa,antes de tudo,acabar o doutorado dele.Para isto já recebeu grande parte de uma bolsa do governo.